Autores: Márcio Alessandro Neman Do Nascimento, Kesley Gabriel Bezerra Coutinho, Lorena Lopes de Oliveira
Resumo: O crescimento carcerário feminino no Brasil, somado a condições
precárias da vida institucional, aponta para um panorama totalitário de
cerceamento da vida dos corpos e das produções de subjetividades. Isso favorece
um retrocesso em relação às leis e políticas públicas que se traduzem em
desmedidas violações dos Direitos Humanos contra grupos de mulheres em condição
de aprisionamento. Diante disso, o presente artigo discursa sobre práticas
equitativas e libertadoras promovidas em uma instituição prisional feminina no
interior de Mato Grosso por meio de um projeto de extensão universitária. As
atividades, fundamentadas no posicionamento teórico-metodológico
esquizoanalista, foram realizadas em formato de “roda de conversa” e sustentadas
pela tríade teoria-prática-supervisão. Como resultado, as oficinas
psicossociais proporcionaram compartilhamentos de experiências dentro do grupo,
fomentaram o fortalecimento do cuidado de si e despertaram pensamentos e
reflexões acerca do abandono e do esquecimento familiar e institucional. A
partir dessa experiência, percebeu-se que é possível fortalecer, por meio de
uma escuta sensível e qualificada, a saúde mental de mulheres aprisionadas.
Palavras-chave: Prisão
feminina; Oficinas psicossociais; Esquizoanálise.